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segunda-feira, 19 de julho de 2010

Com bufadas e as mãos inquietas, Felipão sofre na derrota do Palmeiras

Bufadas, sorrisos amarelos, mãos inquietas, e uma infinidade de idas e vindas do banco até a linha lateral de campo. Gritos e gestos para incentivar ou para repreender. Na Ressacada, em Florianópolis, a torcida do Palmeiras matou a saudade dos trejeitos e manias de Luiz Felipe Scolari de uma forma triste. Na tarde deste domingo, contra o Avaí, o técnico reestreou no comando do time, depois de dez anos distante. Década que deu ao treinador bagagem na passagem pelo futebol europeu e ainda mais prestígio. Mas que não acabaram com aquele jeitão que só Felipão tem, mesmo com uma derrota por 4 a 2.

Na primeira vez que pisou no gramado do estádio catarinense, Scolari foi saudado com entusiasmo pelos torcedores palmeirenses. Discreto, acenou para a torcida e desceu novamente para os vestiários. Antes de a bola rolar, era o centro das atenções. Falou rapidamente com os jornalistas depois de dar um forte abraço em Antônio Lopes, amigo, companheiro na campanha do pentacampeonato com a seleção, e rival na ocasião.

- É uma sensação boa, sensação de alegria, era isso que imaginávamos quando assinamos com o Palmeiras. Agora é só jogar... – limitou-se a dizer.

Sorrisos. O Palmeiras tratou logo de fazer um gol para agradar o chefe. Aos 11 minutos Gabriel Silva aproveitou rebote e fez 1 a 0 Palmeiras. Enquanto a revelação do Alviverde se ajoelhava e apontava para o céu, Felipão vibrava. E tratou logo de abraçar o jovem lateral-esquerdo.

Quando o Avaí tinha a bola, como em um lance que Robinho levou perigo ao gol de Deola, Felipão não se continha. Levantava para reclamar, bufar e gesticular com o time. Aos no bolso, para conter o frio. Ou braços cruzados, como quem espera uma resposta da equipe. Sem contar a marcação cerrada que sofria de Antônio Rogério Prado, quarto árbitro da partida.

Bufada. Em bela jogada tramada pelo veloz ataque do Avaí, a equipe da casa conseguiu empatar a partida. Caio acertou um belo chute. Deola chegou a tocar na bola, mas ela acabou morrendo nas suas redes. Braços cruzados e olhar de reprovação de Felipão. E aquele seu “bah” típico.

Sorriso amarelo. No incrível gol perdido por Kleber, ainda no primeiro tempo. Ou na incrível bola que Patric tirou, evitando o 2 a 1 palmeirense. Scolari parecia constrangido com o erro de seu atleta. Que logo depois virou castigo para o Alviverde. E nova bufada do chefe.

Aos 40, Robinho passou liso pela defesa palmeirense e virou para 2 a 1. A torcida Avaí gritou “silêncio”. Felipão respeitou e só balançou a cabeça em sinal de negativo.

Na volta, nada de papo com Antônio Lopes, o amigo-rival da noite. Mudanças no time para conseguir empatar a partida contra um time com dez em campo – Pará foi expulso ainda no primeiro tempo. E empate aos 9 minutos, com gol de pênalti. Aplausos para o atacante.

Mas mesmo com todas as duras e toques sutis e conversas ao pé do ouvido, o Palmeiras não superou o Avaí na Ressacada. Nos minutos finais, Léo cometeu pênalti em Roberto. Caio cobrou, Deola defende a primeira, mas no rebote consegue fazer o 3 a 2. Água no chope no reencontro de Felipão com o Palmeiras. E festa que cresceu no lado rival quando, aos 47, o arqueiro palmeirense saiu mal e Roberto ampliou para 4 a 2. “Silêncio”, gritava a torcida. Scolari respeitou novamente. Só observou seu time, como quem não acreditasse no que via. Um joia com o polegar aos que estavam no banco, antes de deixar o gramado.

Bufadas, sorrisos amarelos, mãos inquietas, e uma infinidade de idas e vindas do banco até a linha lateral de campo. Gritos e gestos para incentivar ou para repreender. Parece até que Felipão nunca esteve distante do Palmeiras. Continua inquieto, como há dez anos. E volta a dar explicações depois de uma derrota, como já precisou fazer – mesmo que por poucas vezes - há dez anos...

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